Polícia Civil faz treinamento para ocorrências de desastre em estádios

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro já começou os preparativos para os grandes eventos que acontecerão no país, em especial no Rio de Janeiro, preparando os policiais e operadores de segurança para possíveis situações de risco. Na quinta-feira (16), o Curso de Capacitação de Operadores em Segurança de Grandes Eventos e Segurança Turística (COGEST), coordenado pela Academia de Polícia Sylvio Terra (Acadepol), promoveu, pela primeira vez em todo o país, um treinamento simulando a ocorrência de um desastre em um grande evento.

Durante o treinamento, realizado no Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, 45 policiais civis, militares e operadores de segurança aprenderam, com a participação de figurantes, uma simulação de como eles devem agir em uma situação de um ambiente com multidão em confinamento. Do ensaio participaram 300 integrantes de uma empresa de segurança, que simularam uma torcida saindo da arquibancada diante de uma situação de conflito, orientados pelo professor da Coppe-UFRJ, Moacyr Duarte, especialista em catástrofes.

A simulação foi a última atividade do curso, onde os alunos puderam colocar em prática o que aprenderam na teoria, ao longo das aulas, que começaram no dia 23 de julho deste ano. Segundo a diretora da Acadepol, Jéssica Oliveira, as aulas foram direcionadas de forma diferente das habituais nas academias de polícia, por mostrar outra visão sobre a realidade do que são os grandes eventos e de como há diferenças nesse treinamento, que capacita o aluno a lidar com situações diferentes das já conhecidas.

"Nossa percepção é que o policiamento padrão não se encaixa numa situação de grandes eventos, que têm outros ingredientes que dependem de uma qualificação específica e de uma mudança até de comportamento e revisão dos paradigmas para bem atender o público. Acho que o maior legado que nós vamos ter é o investimento no homem, na qualificação desses profissionais que diariamente contribuem pra a paz social e para a segurança pública.

Curso conseguiu ultrapassar fronteiras - O comandante de Unidade de Apoio à Polícia de Portugal, Armando Hermínio Proença Baptista, participou da primeira edição do curso e elogiou a iniciativa da Acadepol. “Fico feliz de ver que as policias estão preocupadas em interagir e trabalhar em conjunto. Para nós, na Europa, e para o mundo, o Brasil é o Rio de Janeiro. Se acontece alguma coisa no Rio de Janeiro toma uma proporção no mundo muito maior do que em outros estados do Brasil. A Polícia Civil do Rio, através da Acadepol, teve uma iniciativa brilhante de juntar todas as forças. Aprendi mil coisas e fico muito feliz pelo Brasil dar esse passo, já que também sou turista.

Até o início de 2016, a previsão é de que 2.000 policiais civis e operadores de segurança tenham realizado o curso, com quatro edições anuais.