O professor Leonildo Silveira Campos, titular da Universidade Metodista de
São Paulo – Umesp, concedeu uma entrevista ao IHU (Instituto humanitas
Hunisinos), na qual falou sobre a queda do número de fiéis da Igreja Universal
(IURD), e do futuro das igrejas mediante o surgimento e fortalecimento das
mídias digitais, que permite cultos e práticas religiosas possam ser realizadas
cada vez mais pela internet.
Sobre a queda do número de fiéis da IURD, que foi de 10% na última década,
Campos explicou que a diversidade e a competitividade interna no
pentecostalismo estimulam a disputa por fiéis, mesmo entre os que dizem ser a
experiência com o Espírito Santo um fator de unidade. Ele falou também sobre a
influência do fator financeiro e social dos fiéis na escolha pela igreja.
- Os muito pobres são mais facilmente atingidos pela pregação dos milagres e
prodígios. Esses estão fora de esforços que resultem de um processo de
planejamento das atividades cotidianas. Eles levam uma vida tão dura, que
somente um milagre resolve. Nesse sentido, a Igreja Mundial, Igreja do
Evangelho Quadrangular ou a Deus é Amor levam vantagem nessas camadas sociais
mais pobres onde a IURD perde a competitividade – explica.
O professor ressalta também que o surgimento de “igrejas clones” da IURD, ao
que ele destacou a Igreja Mundial do Poder de Deus – IMPD, fundada pelo
ex-bispo da Universal Valdemiro Santiago, também vem tomando espaço entre esses
fiéis.
Citando a pesquisadora francesa Marion Aubree, Campos afirmou que a IURD
trouxe significativas adaptações ao pentecostalismo dentro de um quadro marcado
pela globalização, pluralismo e diversidade do campo religioso, e hoje
experimenta o ataque externo provocado por novos movimentos neopentecostais que
a imitam.
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