Exposição a remédios no início da vida mata bactérias saudáveis que influenciam a forma como nutrientes são absorvidos no corpo
O uso de antibióticos em crianças antes dos 6
meses de idade pode estar associado ao excesso de peso na infância, de acordo
com pesquisadores da New York University, nos Estados Unidos.
O estudo constatou que, em média, as crianças
expostas a antibióticos desde o nascimento até os 5 meses de idade pesaram mais
para sua altura do que as crianças que não foram expostas aos medicamentos.
Entre as idades de 10 a 20 meses, essa exposição
se traduziu em pequenos aumentos no percentual de massa corporal. Aos 38 meses
de idade, as crianças expostas tinham uma probabilidade 22% maior de estar
acima do peso.
"Micróbios em nossos intestinos podem
desempenhar um papel crítico na forma como absorvemos calorias, e a exposição a
antibióticos, especialmente no início da vida, pode matar as bactérias
saudáveis que influenciam a forma como absorvemos os nutrientes em nossos
corpos, e, de outra forma nos mantêm magros", afirma o líder da pesquisa
Leonardo Trasande.
Segundo os pesquisadores, esta é a primeira vez
que um estudo analisou a associação entre o uso de antibióticos cedo na vida e
a massa corporal na infância.
Trasande e seus colegas avaliaram o uso de
antibióticos entre 11.532 crianças nascidas no Reino Unido entre 1991 e 1992.
Eles analisaram as crianças durante três períodos: do nascimento aos 5 meses de
idade; de 6 meses a 14 meses, e, finalmente entre 15 e 23 meses. Eles também
examinaram massa corporal ou o peso na sexta semana, e aos 10, 20, 38 e 7 anos
de idade.
Os resultados mostraram que o uso de antibióticos
só pareceu ter efeito em crianças muito jovens, dados desde o nascimento até os
5 meses de idade.
Segundo os pesquisadores, o estudo não prova que
os antibióticos no início vida fazem com que as crianças tenham excesso de peso
na infância. Ele mostra que existe uma correlação. "Outros estudos deverão
ser realizados para explorar a questão de uma causalidade direta entre o
medicamento e a obesidade", concluem os autores.
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