quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Espera sem fim por cirurgia no Hospital da Posse


Embora a direção do Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, não revele os números, a fila de pacientes à espera da cirurgia de fêmur não reduz na unidade. As operações são marcadas, mas não chegam a ser realizadas.

Internado desde o dia 13 de maio numa das enfermarias com outros cinco pacientes que esperam para operar, o autônomo Paulo César Braga, de 56 anos, já se preparou para a cirurgia 13 vezes. Todas elas em vão.

— A última vez foi ontem (anteontem). Ele ficou em jejum 19 horas e meia. Alegaram que o técnico que opera o Arco em C (aparelho necessário nas cirurgias) tinha faltado — contou o vendedor Leandro Pacheco Braga, de 25 anos, filho de Paulo.

Desde que o pai levou um tombo em casa, a vida de Leandro se transformou e os gastos aumentaram:

— Compro fraldas e material de higiene para ele porque no hospital não tem. Há mofo no teto da enfermaria e do banheiro.



A demora levou o irmão de Márcio da Silva Souza, de 35 anos, a entrar na Justiça. Márcio pintava uma casa, quando caiu do telhado e fraturou o fêmur esquerdo, no dia 29 de junho. Em 19 de julho, a decisão judicial determinou que o município de Nova Iguaçu realizasse a cirurgia no prazo de 24 horas, sob pena de bloqueio online do valor de R$ 20 mil. Até hoje, ele permanece lá.

— Quando veio para a Posse, ficou três dias no corredor até ir para a enfermaria. Marcaram a cirurgia quatro vezes. Na última, ele chegou a ficar 18 horas em jejum — contou o irmão de Márcio, o autônomo Marcos da Silva Souza, de 33 anos, que atribui a morte do pai ao sofrimento do irmão:

— Ele visitou meu irmão no dia 23 de julho e morreu no dia 24, de enfarte. Estava muito preocupado.

Em nota, o Hospital da Posse informou que as cirurgias de Márcio e Paulo estavam agendadas para esta semana mas todas as cirurgias são realizadas de acordo com a reposição do estoque de sangue, e sempre considerando a ordem de entrada e os casos mais graves. A direção negou a falta de material.

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