terça-feira, 25 de setembro de 2012

Debate de candidatos a prefeitura na Unig não atraiu muita gente

 Na manhã de ontem, seis candidatos à prefeitura de Nova Iguaçu tiveram a oportunidade de expor alguns de seus planos de governo para setores como educação, saúde, meio ambiente e segurança pública. O auditório da Universidade Iguaçu (UNIG) foi o palco escolhido para o debate entre o deputado federal Nelson Bornier (PMDB), o ex-deputado Rogério Lisboa (DEM), a prefeita Sheila Gama (PDT), o deputado federal Walney Rocha (PTB), o professor Emílio Araújo (PSOL) e o comerciário Renato Gomes (PSTU). Waguinho, candidato pelo PC do B, e Marcos Fernandes (PRB) não compareceram.
Candidata à reeleição, Sheila Gama afirmou não ter uma tática para reagir a eventuais 'ataques' de seus opositores. "Geralmente quem está no governo é vitrine. Mas isso é como assalto: a gente só sabe como vai reagir na hora", disse antes do início do encontro. Já Walney Rocha disse aguardar que o foco do debate fosse a apresentação das propostas de cada candidato para o município. "Debate é uma caixinha de surpresas, mas acho que as propostas vão prevalecer sobre ataques", afirmou o petebista.
Emílio Araújo e Renato Gomes, que tiveram participação garantida através de liminar judicial, afirmaram que pretendem mostrar alternativas para a cidade, sempre se baseando na sinceridade. "Nossas propostas são diferentes", disse Renato Gomes.
Em três blocos, os candidatos falaram sobre metas para educação, saúde, transporte e segurança pública (1° bloco). Além disso, discutiram sobre meio ambiente e geração de empregos (2° bloco). Por fim, responderam às perguntas do público presente.

Sheila: “Falar de educação é uma alegria”

Primeira a se pronunciar, a professora Sheila Gama disse que é uma alegria falar em educação. Para ela, educação de qualidade não se restringe ao estudo em horário integral, mas também a escolas limpas, bonitas e com boa merenda. "Quando assumi o governo em março de 2010, começamos a construir e reformar escolas. A escola Marinete, a escola França Carvalho, a escola Leonel de Moura Brizola. É uma escola de referência para o nosso município. Já reformamos 25 escolas. Para se ter uma boa educação, de horário integral, é fundamental que se tenham escolas limpas, bonitas e com boa merenda. Encontramos a merenda composta por 34 itens, hoje tem 82 itens, incluindo peixe, carne e legumes. Nunca tivemos uma alimentação tão completa quanto agora para o bom aprendizado. As crianças receberam pela primeira vez uniforme de frio. Nunca pensaram que criança sente frio", afirmou a professora.
Já Renato Gomes criticou as últimas administrações, que, segundo ele não investiram em creches e não valorizaram os profissionais de educação, que para ele vivem uma situação terrível. "Nós temos 13 creches no município. A atual administração e todos os outros que passaram não acompanharam o crescimento e não entendem que a educação começa nas creches. O plano de carreiras não atende à necessidade dos profissionais. Esse mundo maravilhoso passa na televisão, a gente não vê", afirmou. Rebatendo as críticas do candidato do PSTU, Nelson Bornier afirmou que, quando prefeito, a cidade tinha 61 creches e que, se eleito, vai aumentar a rede municipal de ensino. "A gente pretende procurar novos locais para adicionarmos novas escolas. Temos 1.100 alunos a menos do que tínhamos quando fui prefeito. Temos que acoplar o estudo infantil. Tínhamos 61 creches no meu governo, sendo 48 conveniadas. Vamos fazer com que as novas crianças possam utilizar esses convênios tão importantes. Temos, lógico, que valorizar o profissional. Temos que ter esse trabalho em cima dos professores", disse o deputado.

Bornier: "Saúde não tem milagre"

A saúde pública foi o segundo tema a ser debatido pelos candidatos. A atual prefeita criticou a municipalização equivocada do Hospital Geral de Nova Iguaçu (Posse), que pertencia ao governo federal. "Custa muito ao município manter o Hospital da Posse, que é regional. Não atende só à Baixada, mas também às cidades limítrofes. Com toda a deficiência, ele está acolhendo com humanização a todos. Não podemos fechá-lo. Encontramos a cidade destruída, principalmente na área da saúde", afirmou.
Prefeito da cidade em 2002, quando o Hospital da Posse foi municipalizado, Nelson Bornier afirmou que o problema é de administração. "Saúde não tem milagre. É gestão. Naquele momento, tínhamos convênios com laboratórios e clínicas. Vou fazer o Hospital da Posse funcionar. Quem vai tocá-lo sou eu, que entendo de gestão. Vou lá ver como as pessoas estão sendo atendidas", disse. Ex-secretário municipal de Saúde, Walney Rocha acredita na necessidade da humanização no atendimento nas unidades de saúde e prometeu criar uma clínica para dependentes químicos. "Não acredito em programas mágicos na saúde. Vamos criar uma clínica para dependentes químicos, com o objetivo de colocá-los de novo na sociedade. Vamos tratá-los como seres humanos e não jogados pelos cantos, como estão hoje", finalizou.

Transporte: Redução tarifária é possível

Os candidatos discutiram também a questão do transporte municipal, que teve como tônica a redução tarifária. Nelson Bornier acredita ser possível reduzir o valor da passagem de ônibus das linhas municipais, mas disse que para isso é necessário conhecer o orçamento da prefeitura. "Dizer que vai a R$ 1 ou vai dar de graça é fácil, mas tem que ver isso. Não pode fazer esse tipo de proposta, que não é verdade. Vamos reduzir o preço da passagem. Mas cada candidato tem que conhecer o orçamento da prefeitura", disse o peemedebista.
Rogério Lisboa também falou em redução dos preços das tarifas, mas também em fiscalização das empresas de ônibus. "Tem que colocar fiscalização na rua e cobrar do empresário de ônibus. Com relação à passagem de ônibus, é preciso fazer uma avaliação e, em determinadas linhas, a passagem tem que cair", afirmou. Para ele, é preciso também resolver os 'gargalos' do trânsito, como o viaduto do Posto 13 e o viaduto da Posse, obras que precisam ser terminadas. Sheila defendeu a criação do aeromóvel (projeto ferroviário urbano) e a criação do bilhete único, como já existe no Rio e em Niterói. "Não adianta VLT, que vai pegar mais uma pista da cidade. Precisamos do aeromóvel, o trem sobre trilhos, um anel que vai ter no Centro, com uma linha até Cabuçu e outra até Santa Rita. Nova Iguaçu vai chegar ao primeiro mundo. Vamos colocar bilhete único também", disse a prefeita.
Por fim, Emílio Araújo defendeu a melhoria da rede de transportes. "Se a população tira o carro da garagem, é porque ela não confia no sistema de transporte da cidade. Temos que criar uma nova rede de micro-ônibus, para tirar do Centro de Nova Iguaçu os veículos maiores. Assim, a gente incentiva as pessoas a deixarem o carro na garagem", afirmou.

“Vamos criar a guarda municipal”

Quando o tema abordado foi segurança pública, os candidatos, apesar das propostas diversas, foram unânimes quanto a necessidade da criação da guarda municipal. "Vamos criar a guarda municipal", afirmou Sheila Gama, que criticou o fato do 20º Batalhão ter ficado em Mesquita após a sua emancipação. "Esse batalhão era nosso e foi para Mesquita quando houve a emancipação. Ninguém brigou", afirmou.
Com a mesma opinião da prefeita, Rogério Lisboa e Emílio Araújo defendem a melhoria da iluminação pública na cidade. "Temos que ter muita luz, que dá sensação de segurança. A cidade arrecada muito para iluminação pública. Temos que dar um banho de luz. Não devemos para abrir o concurso para a Guarda Municipal", disse Rogério. "Temos que combinar a Guarda Municipal, para cuidar dos prédios da prefeitura; a iluminação pública; as ações de oportunidade para a juventude, como empregos; e o cuidado com dependentes químicos", concordou Emilio durante o seu discurso.
Já Renato Gomes preferiu atacar a Secretaria estadual de Segurança Pública. "É obrigação do Estado garantir a segurança pública para todos. Mas isso não pode servir para criminalizar a pobreza", alegou.

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