Marcelo Camelo faz show solo no Rio com 'força sedutora' do violão

Meses depois da bem-sucedida turnê que comemorou o aniversário de 15 anos do Los Hermanos, Marcelo Camelo retorna à carreira solo e aos palcos cariocas, desta vez acompanhado apenas do rabequista Thomas Rohrer e de um violão. Pois é na delizadeza das cordas que se baseia o show Voz e Violão, que o cantor e compositor apresenta na noite desta quarta-feira (12), no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro.

Nada de distorção, microfonia, metais e da histeria que acompanha as performances da banda da qual Camelo é um dos principais compositores. Sensações distintas, que, segundo o músico, o motiva artisticamente.

O cantor e compositor Marcelo Camelo, que se apresenta no esquema 'banquinho e violão' na noite desta quarta-feira (12), no Rio de Janeiro

"Sim, é bem diferente em muitos aspectos, e isso me interessa. A banda e a guitarra estão com uma força que se conjuga para fora, extrovertida. A música do violão usa de uma força mais lateral, sedutora, mais pra dentro. Essa diferença se impõe sobre todo o resto, mas tem uma coisa que permanece, que é a música como mecanismo de encontrar uma voz inconsciente qualquer dentro da gente", divaga Camelo, em entrevista por e-mail ao G1.

"Essa manifestação e o caminho que se faz entre uma coisa e outra permanece. De algum jeito estranho e contraditório acho que essa lateralidade da música do violão consegue fazer um caminho mais curto até as pessoas", diz o músico carioca, destacando o papel que o instrumento de seis cordas desempenha na relação com seu público.

Surpresa
As inúmeras variáveis entre um grande show ao lado dos companheiros de banda e da aparente solidão de um palco quando se tem apenas as próprias vozes e intrumento também é relativizada pelo cantor, que parece contar com o elemento "surpresa" em cada apresentação.

"Sinto que o processo de interpretação se vale de um domínio relativo da parte técnica, mas nunca do domínio completo do que está acontecendo. A música é uma expressão que se dá em percurso, por isso é importante se relacionar com o imprevisto, com o entorno, com o invisível. Para que, ao caminhar, se esteja vivo", destaca o cantor.

Tendo como base outros shows da turnê Voz e Violão — que já fez escalas em São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte —, o repertório deve incluir músicas de Camelo gravadas por intérpretes como Maria Rita, Erasmo Carlos, Roberta Sá e Ivete Sangalo e de seus dois álbuns solo ("Sou" e "Toque dela"), além de versões mais suaves e intimistas de canções conhecidas com o Los Hermanos.

O show reserva alguma surpresa? "Sim, torço pra que cada música seja uma surpresa", despista o músico, que já pensa em gravar mais um disco solo: "Tenho planos vagos, mas ainda estou longe de ter um repertório."

Marcelo Camelo, Voz e Violão
Quando: quarta-feira (12), 21h
Onde: Teatro Oi Casa Grande - Rua Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon
Horário: 21h
Ingressos: R$ 90 e R$ 40 (estudante ou idoso). Plateia esgotada, somente balcão disponível.
Vendas: www.ingresso.com.br.
Informações: (21) 2511-0800.