Embora o número
de pessoas
desempregadas no
Brasil tenha
caído 19,3%
entre 2009 e
2011, conforme
revelou a
Pesquisa
Nacional por
Amostra de
Domicílios 2011
(Pnad), para a
metade da
população que
procura uma nova
colocação no
mercado de
trabalho, a
espera é
angustiante. De
acordo com o
estudo divulgado
ontem (21) pelo
Instituto
Brasileiro de
Geografia e
Estatística
(IBGE), ainda
existiam, no ano
passado, 6,6
milhões de
brasileiros sem
emprego.
Mas muitos estão
otimistas com a
possibilidade de
conseguir uma
vaga em curto
prazo, como é o
caso do
estudante de
análise e
desenvolvimento
de sistema Igor
Gonçalves, 21
anos.
Desempregado há
apenas uma
semana, ele diz
estar confiante
e acredita que
vai conseguir
uma nova
colocação em
pouco tempo.
“A empresa onde
eu trabalhava
fechou e eu não
perdi tempo.
Fico de olho nos
classificados
dos jornais, já
mandei currículo
para vários
lugares e estou
procurando em
agências de
emprego. Preciso
voltar a
trabalhar
porque, enquanto
a gente está
parado, as
dívidas não
esperam”, disse.
“Para quem tem
perseverança,
insistência e
qualificação
sempre há
emprego”,
acrescentou.
Mesmo
reconhecendo
certa
dificuldade para
conquistar um
novo posto, o
trabalhador do
ramo de
materiais de
construção Celso
Fernandes de
Souza Junior, 23
anos, decidiu
abandonar o
emprego antigo.
“Não é fácil,
mas não estava
dando certo,
então vim
procurar outro.
Não gosto de
ficar parado e
espero conseguir
rápido”, disse.
A bacharel em
direito Deborah
Tavares, 32
anos, está fora
do mercado há
dois anos e diz
estar em busca
de um salário
para se
sustentar
enquanto estuda
para concurso
público.
“Meu foco no
longo prazo é um
emprego público,
mas, enquanto
isso, quero um
trabalho para
poder pagar as
minhas contas.
Sem receber
salário, acabo
dependendo dos
meus pais”,
contou ela, que
procurou ontem,
pela segunda
vez, um posto do
Sistema Nacional
de Emprego (Sine),
serviço do
Ministério do
Trabalho e
Emprego, em
Brasília.
Nas últimas
semanas, Déborah
Tavares passou
por dois
processos
seletivos, após
encaminhamento
do próprio Sine,
mas, sem
sucesso,
retornou com
esperança de
conseguir uma
vaga de
atendente ou
vendedora. “Só
não abro mão da
carteira
assinada, porque
quero ter meus
direitos
assegurados e
uma certa
estabilidade”,
ressaltou.
Também em busca
de emprego há
dois anos, Edna
Souza da Silva,
39 anos, contou
que precisa do
salário para
ajudar no
sustento da
família. Após
ficar sem
trabalhar para
se dedicar ao
tratamento da
filha que tinha
leucemia, ela
tenta retornar
ao mercado de
trabalho desde
que a menina
morreu em 2010.
“Estou
desesperada
atrás de serviço
porque ainda
tenho dois
filhos para
criar. Pode ser
qualquer um. Não
posso escolher,
porque não tenho
estudo. O que eu
sei fazer é
limpeza, faxina,
mas está muito
difícil”,
lamentou.
“Estou
desempregado há
três meses e, na
primeira vez que
vim procurar, já
consegui um
encaminhamento.
Não é garantido,
é só uma
entrevista, mas
estou confiante
de que vou
conseguir”,
afirmou.
Já a técnica em
enfermagem Ana
Beatriz da
Silva, 40 anos,
encontrou uma
outra forma de
garantir sua
renda e ajudar
no sustento da
casa. Depois de
trabalhar por 15
anos em um
hospital, ela
ficou
desempregada e,
diante da
dificuldade de
encontrar um
novo trabalho na
mesma área,
decidiu se
dedicar ao
artesanato.
“Eu já fazia
algumas peças,
mas foi nessa
virada da vida
que resolvi
apostar na
atividade. É uma
luta diária,
porque não tenho
a segurança da
formalidade e
não tenho
ajudante, mas
consigo vender
em feiras
itinerantes e
também tenho
alguns clientes
fixos”, disse
ela, que vende,
por mês, em
média, 90 peças
de acessórios em
tecido, como
toalhas, kit de
costura e bolsas.
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