Na
manhã de ontem, seis candidatos
à prefeitura de Nova Iguaçu
tiveram a oportunidade de expor
alguns de seus planos de governo
para setores como educação,
saúde, meio ambiente e segurança
pública. O auditório da
Universidade Iguaçu (UNIG) foi o
palco escolhido para o debate
entre o deputado federal Nelson
Bornier (PMDB), o ex-deputado
Rogério Lisboa (DEM), a prefeita
Sheila Gama (PDT), o deputado
federal Walney Rocha (PTB), o
professor Emílio Araújo (PSOL) e
o comerciário Renato Gomes
(PSTU). Waguinho, candidato pelo
PC do B, e Marcos Fernandes (PRB)
não compareceram.
Candidata à reeleição, Sheila
Gama afirmou não ter uma tática
para reagir a eventuais
'ataques' de seus opositores.
"Geralmente quem está no governo
é vitrine. Mas isso é como
assalto: a gente só sabe como
vai reagir na hora", disse antes
do início do encontro. Já Walney
Rocha disse aguardar que o foco
do debate fosse a apresentação
das propostas de cada candidato
para o município. "Debate é uma
caixinha de surpresas, mas acho
que as propostas vão prevalecer
sobre ataques", afirmou o
petebista.
Emílio Araújo e Renato Gomes,
que tiveram participação
garantida através de liminar
judicial, afirmaram que
pretendem mostrar alternativas
para a cidade, sempre se
baseando na sinceridade. "Nossas
propostas são diferentes", disse
Renato Gomes.
Em três blocos, os candidatos
falaram sobre metas para
educação, saúde, transporte e
segurança pública (1° bloco).
Além disso, discutiram sobre
meio ambiente e geração de
empregos (2° bloco). Por fim,
responderam às perguntas do
público presente.
Sheila: “Falar de educação é uma
alegria”
Primeira
a se pronunciar, a professora
Sheila Gama disse que é uma
alegria falar em educação. Para
ela, educação de qualidade não
se restringe ao estudo em
horário integral, mas também a
escolas limpas, bonitas e com
boa merenda. "Quando assumi o
governo em março de 2010,
começamos a construir e reformar
escolas. A escola Marinete, a
escola França Carvalho, a escola
Leonel de Moura Brizola. É uma
escola de referência para o
nosso município. Já reformamos
25 escolas. Para se ter uma boa
educação, de horário integral, é
fundamental que se tenham
escolas limpas, bonitas e com
boa merenda. Encontramos a
merenda composta por 34 itens,
hoje tem 82 itens, incluindo
peixe, carne e legumes. Nunca
tivemos uma alimentação tão
completa quanto agora para o bom
aprendizado. As crianças
receberam pela primeira vez
uniforme de frio. Nunca pensaram
que criança sente frio", afirmou
a professora.
Já Renato Gomes criticou as
últimas administrações, que,
segundo ele não investiram em
creches e não valorizaram os
profissionais de educação, que
para ele vivem uma situação
terrível. "Nós temos 13 creches
no município. A atual
administração e todos os outros
que passaram não acompanharam o
crescimento e não entendem que a
educação começa nas creches. O
plano de carreiras não atende à
necessidade dos profissionais.
Esse mundo maravilhoso passa na
televisão, a gente não vê",
afirmou. Rebatendo as críticas
do candidato do PSTU, Nelson
Bornier afirmou que, quando
prefeito, a cidade tinha 61
creches e que, se eleito, vai
aumentar a rede municipal de
ensino. "A gente pretende
procurar novos locais para
adicionarmos novas escolas.
Temos 1.100 alunos a menos do
que tínhamos quando fui
prefeito. Temos que acoplar o
estudo infantil. Tínhamos 61
creches no meu governo, sendo 48
conveniadas. Vamos fazer com que
as novas crianças possam
utilizar esses convênios tão
importantes. Temos, lógico, que
valorizar o profissional. Temos
que ter esse trabalho em cima
dos professores", disse o
deputado.
Bornier: "Saúde não tem milagre"
A
saúde pública foi o segundo tema
a ser debatido pelos candidatos.
A atual prefeita criticou a
municipalização equivocada do
Hospital Geral de Nova Iguaçu
(Posse), que pertencia ao
governo federal. "Custa muito ao
município manter o Hospital da
Posse, que é regional. Não
atende só à Baixada, mas também
às cidades limítrofes. Com toda
a deficiência, ele está
acolhendo com humanização a
todos. Não podemos fechá-lo.
Encontramos a cidade destruída,
principalmente na área da
saúde", afirmou.
Prefeito da cidade em 2002,
quando o Hospital da Posse foi
municipalizado, Nelson Bornier
afirmou que o problema é de
administração. "Saúde não tem
milagre. É gestão. Naquele
momento, tínhamos convênios com
laboratórios e clínicas. Vou
fazer o Hospital da Posse
funcionar. Quem vai tocá-lo sou
eu, que entendo de gestão. Vou
lá ver como as pessoas estão
sendo atendidas", disse.
Ex-secretário municipal de
Saúde, Walney Rocha acredita na
necessidade da humanização no
atendimento nas unidades de
saúde e prometeu criar uma
clínica para dependentes
químicos. "Não acredito em
programas mágicos na saúde.
Vamos criar uma clínica para
dependentes químicos, com o
objetivo de colocá-los de novo
na sociedade. Vamos tratá-los
como seres humanos e não jogados
pelos cantos, como estão hoje",
finalizou.
Transporte: Redução tarifária é
possível
Os candidatos discutiram também
a questão do transporte
municipal, que teve como tônica
a redução tarifária. Nelson
Bornier acredita ser possível
reduzir o valor da passagem de
ônibus das linhas municipais,
mas disse que para isso é
necessário conhecer o orçamento
da prefeitura. "Dizer que vai a
R$ 1 ou vai dar de graça é
fácil, mas tem que ver isso. Não
pode fazer esse tipo de
proposta, que não é verdade.
Vamos reduzir o preço da
passagem. Mas cada candidato tem
que conhecer o orçamento da
prefeitura", disse o
peemedebista.
Rogério Lisboa também falou em
redução dos preços das tarifas,
mas também em fiscalização das
empresas de ônibus. "Tem que
colocar fiscalização na rua e
cobrar do empresário de ônibus.
Com relação à passagem de
ônibus, é preciso fazer uma
avaliação e, em determinadas
linhas, a passagem tem que
cair", afirmou. Para ele, é
preciso também resolver os
'gargalos' do trânsito, como o
viaduto do Posto 13 e o viaduto
da Posse, obras que precisam ser
terminadas. Sheila defendeu a
criação do aeromóvel (projeto
ferroviário urbano) e a criação
do bilhete único, como já existe
no Rio e em Niterói. "Não
adianta VLT, que vai pegar mais
uma pista da cidade. Precisamos
do aeromóvel, o trem sobre
trilhos, um anel que vai ter no
Centro, com uma linha até Cabuçu
e outra até Santa Rita. Nova
Iguaçu vai chegar ao primeiro
mundo. Vamos colocar bilhete
único também", disse a prefeita.
Por fim, Emílio Araújo defendeu
a melhoria da rede de
transportes. "Se a população
tira o carro da garagem, é
porque ela não confia no sistema
de transporte da cidade. Temos
que criar uma nova rede de
micro-ônibus, para tirar do
Centro de Nova Iguaçu os
veículos maiores. Assim, a gente
incentiva as pessoas a deixarem
o carro na garagem", afirmou.
“Vamos criar a guarda municipal”
Quando o tema abordado foi
segurança pública, os
candidatos, apesar das propostas
diversas, foram unânimes quanto
a necessidade da criação da
guarda municipal. "Vamos criar a
guarda municipal", afirmou
Sheila Gama, que criticou o fato
do 20º Batalhão ter ficado em
Mesquita após a sua emancipação.
"Esse batalhão era nosso e foi
para Mesquita quando houve a
emancipação. Ninguém brigou",
afirmou.
Com a mesma opinião da prefeita,
Rogério Lisboa e Emílio Araújo
defendem a melhoria da
iluminação pública na cidade.
"Temos que ter muita luz, que dá
sensação de segurança. A cidade
arrecada muito para iluminação
pública. Temos que dar um banho
de luz. Não devemos para abrir o
concurso para a Guarda
Municipal", disse Rogério.
"Temos que combinar a Guarda
Municipal, para cuidar dos
prédios da prefeitura; a
iluminação pública; as ações de
oportunidade para a juventude,
como empregos; e o cuidado com
dependentes químicos", concordou
Emilio durante o seu discurso.
Já Renato Gomes preferiu atacar
a Secretaria estadual de
Segurança Pública. "É obrigação
do Estado garantir a segurança
pública para todos. Mas isso não
pode servir para criminalizar a
pobreza", alegou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário