quinta-feira, 23 de agosto de 2012

RJ: em greve, servidores da saúde ocupam pista da avenida Brasil


Cerca de 300 servidores federais da saúde ocuparam na manhã desta quinta-feira, por cerca de uma hora, duas faixas da avenida Brasil, uma das principais vias de chegada à região central da capital fluminense. O objetivo do protesto era chamar a atenção da população para a precariedade dos hospitais federais e das condições de trabalho dos servidores.

Após deixarem a Avenida Brasil, os manifestantes deram um abraço simbólico no Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte da cidade. A professora autônoma Leila Correa, que acompanhava a mãe, a aposentada Neide Correa, 71 anos, em uma consulta, elogiou o atendimento do hospital. Ela não poupou críticas, entretanto, à falta de estrutura do local. "O atendimento é de primeira, só não é melhor porque há falta de investimento. Essa greve é justa", disse.

Durante a tarde, os sindicatos estaduais dos servidores se reunirão para avaliar a manifestação e acompanhar a rodada de negociações do comando nacional grevista com o Ministério do Planejamento.
Para Júlio Tavares, representante de um dos sindicatos da categoria, a proposta de reajuste do governo - de 15,08% parcelado em três anos - não atende à necessidade dos trabalhadores. "A nossa categoria é a que menos ganha no setor federal. Para nós servidores um aumento de cerca de 15% parcelado em três vezes, não corresponde a nada. Seriam R$ 100 anualmente a partir de 2013", destacou.

O protesto foi acompanhado pela Polícia Militar. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio), o engarrafamento nas pistas laterais da Avenida Brasil, por conta da manifestação, chegou a mais de quatro quilômetros.

O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais aumentaram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias estão em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o movimento atinge 28 órgãos, com 370 mil servidores sem trabalhar. O número, no entanto, é contestado pelo governo.

Estão em greve servidores da Polícia Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.

O Ministério do Planejamento declarou que está analisando qual o "espaço orçamentário" para negociar com as categorias. O governo tem até o dia 31 de agosto para enviar o projeto de lei orçamentária ao Congresso Nacional. O texto deve conter a previsão de gastos para 2013.

No dia 25 de julho, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto para permitir a continuidade dos serviços em áreas consideradas delicadas. O texto prevê que ministros que comandam setores em greve possam diminuir a burocracia para dar agilidade a alguns processos, além de fechar parcerias com Estados e municípios para substituir os funcionários parados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário