quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Justiça proíbe chip nos jalecos de médicos em UPA do estado


O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 1ª Região emitiu uma decisão proibindo o uso de chip nos jalecos dos médicos, como vinha sendo adotado na UPA de Mesquita, na Baixada Fluminense. O dispositivo havia sido implantado em julho e, segundo a Secretaria estadual de Saúde, um dos objetivos era monitorar a frequência e a permanência dos profissionais nos plantões.

A ação impetrada pelo Sindicato dos Médicos ainda será julgada, mas a decisão antecipada dá ao Instituto Data Rio, que administra a UPA, 48 horas para que os chips sejam retirados dos jalecos, sob pena de multa diária de R$ 1 mil. O prazo termina nesta quarta-feira.

A juíza Giselle Bondim Lopes Ribeiro entendeu que o uso de chips nos jalecos caracteriza “indevida exacerbação de poder” por parte do empregador e viola a dignidade do trabalhador por expô-lo a uma vigilância contínua.

— A decisão vai evitar que esse sistema se estenda para outras unidades de saúde — acredita o presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze.
O diretor-médico do Instituto Data Rio, Fernando Pedrosa, afirma que vai recorrer da decisão. Até lá, vai acatá-la.

— Nosso sistema está sendo mal compreendido. A instalação de chips nos jalecos tem três finalidades: logística do material, para ajudar a repor os estoques; proteção do material da unidade; e assepsia, evitando que o profissional saia da UPA com o jaleco — diz Pedrosa, acrescentando que ainda pretende implantar o sistema em outras três UPAs administradas pela OS, a de Queimados e Nova Iguaçu I (Cabuçu) e II (Três Corações).

Segundo a juíza, o Instituto Data Rio está no seu papel de fiscalizar, mas “os argumentos que tentam justificar tal controle não convencem de sua necessidade”. Para ela, a medida efetivamente viola a dignidade do empregado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário