A greve de professores das universidades e institutos federais completa dois meses nesta terça-feira (17) com a maior adesão já registrada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Até a segunda-feira (16), 57 das 59 universidades estavam paradas, além dos 37 institutos e centros de educação tecnológica, que incluem o Colégio Pedro II.
De acordo
com a primeira-secretária da entidade, Marina Barbosa, a categoria já esteve
paralisada por mais tempo no passado, mas nunca com esse alcance. "É o
maior número de adesões tanto de instituições quanto de professores",
afirmou.
Os servidores das intituições deflagraram uma greve em 11 de junho, como parte do movimento nacional de paralisação dos servidores federais. O movimento teve início em 17 de maio com a adesão de 20 universidades, como forma de pressionar o governo a definir as mudanças na carreira e no salário antes do envio do Orçamento 2013 ao Congresso Nacional, em 31 de agosto.
Um mês
depois, uma negociação marcada para 19 de junho com o governo federal foi
adiada sem nova data. Após 57 dias de protestos e a adesão de quase 100% das
instituições, os ministérios do Planejamento e da Educação se reuniram com
diversas entidades sindicais na sexta-feira (13) para propor um novo plano de
carreira. Os professores realizam, até a sexta-feira (20), assembleias em suas
instituições para avaliarem a proposta antes da próxima negociação, agendada
para a segunda (23).
Reação
dos sindicatos
Na noite de domingo (15), o Comando Nacional de Greve do Andes enviou uma análise técnica e política da proposta do governo aos sindicatos locais ligados à entidade. A indicação do comando é que os docentes rejeitem a proposta e radicalizem as ações da greve..
Na noite de domingo (15), o Comando Nacional de Greve do Andes enviou uma análise técnica e política da proposta do governo aos sindicatos locais ligados à entidade. A indicação do comando é que os docentes rejeitem a proposta e radicalizem as ações da greve..
Entre
2002 e 2010, de acordo com dados do MEC, o número de campi das universidades e
institutos pulou de 288 em 234 municípios para 628 campi em 551 cidades. A
previsão até 2014 é de criar 255 novos campi --208 deles de institutos
federais-- em 247 cidades.
A
expansão, segundo Marina, foi feita "de modo irresponsável sem
qualidade" e o resultado foi "uma condição insuportável da
situação" dentro das instituições. "A força dessa greve é que
chegamos num limite dentro das instituições, a carreira desestruturada gerou
insatisfação e não foi possível mais segurar uma reação."
De acordo
com o secretário, o objetivo do plano de carreira apresentado na sexta-feira
(13) é tornar a carreira mais atraente para novos estudantes e reconhecer o
trabalho desenvolvido pelos mais experientes, valorizando o doutorado. "A
mensagem é para o professor investir na formação. Queremos dizer: 'vale a pena
investir na carreira à longo prazo'.
Lins
afirmou que tem recebido retornos positivos de professores e reitores e está
"otimista" para que haja uma breve resolução do impasse.
"Precisamos retomar as atividades nas universidades e minimizar os
prejuízos. Cada universidade fará seu calendário de reposição, mas com
tranquilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário